quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
NASA observa do espaço as luzes das festas de fim de ano
Nos últimos dois anos e meio, cientistas do Goddard Space Flight Center (NASA) e da Universidade de Yale (EUA), têm usado imagens de alta sensibilidade e resolução obtidas pela câmera VIIRS, a bordo do satélite Suomi-NPP, com o objetivo de observar os padrões de iluminação de 1200 cidades mundo afora. Ou seja, para observar a incidência de poluição luminosa ao longo do tempo.
A partir destes dados, os cientistas verificaram o aumento de iluminação relacionado às festas de final de ano e, no Oriente Médio, ao mês do Ramadã. Miguel Román, físico do Goddard envolvido na pesquisa, lembra que as mudanças de comportamento durante as épocas festivas refletem alterações na demanda por fornecimento de energia e que entender as mudanças sazonais do uso da iluminação artificial colabora para monitorar as emissões de dióxido de carbono localmente.
As imagens abaixo, disponibilizadas pelo NASA Earth's Observatory, ilustram o impacto da decoração de Natal em algumas cidades dos EUA através de uma escala de cores. As áreas verdes sofreram aumento de iluminação, aquelas em amarelo mantiveram o mesmo nível e, em vermelho, estariam os locais onde a iluminação diminuiu. Os subúrbios, onde as casas americanas possuem grandes quintais, registram maior aumento de poluição luminosa durante essa época. Áreas em vermelho são quase inexistentes... Nos subúrbios, o aumento de iluminação registrado é entre 30 a 50%, enquanto que, nos grandes centros urbanos, o aumento é de 20 a 30%.
No caso do Oriente Médio, a mudança de iluminação durante o Ramadã ilustra mais claramente as peculiaridades culturais, religiosas, econômicas e políticas da região. Na imagem abaixo, que segue a mesma escala de cores das anteriores, verifica-se que o Cairo (Egito) apresenta grandes áreas com aumento de luzes. Segundo a pesquisa, nas áreas mais pobres da cidade, esse aumento é menor. Já em Tel Aviv (Israel), não se encontram as mudanças sazonais e o nível de iluminação artificial permanece o mesmo.
Nas cidades da Síria observa-se diminuição da iluminação, provavelmente refletindo a agitação política e militar na região. No Iraque e na Líbia, diminuições abruptas do nível de iluminação podem indicar a geração instável de energia elétrica.
Os pesquisadores esperam correlacionar os padrões sazonais de iluminação com as medições de taxas de emissão de carbono e utilizá-los para estimar o consumo de energia no futuro. É claro que podemos ser mais críticos em relação ao uso da luz artificial e alterar positivamente o comportamento que tem sido observado, principalmente durante as festas de fim de ano segundo o calendário cristão. Será que o prazer momentâneo de observar as luzinhas coloridas de Natal vale os impactos ambientais do aumento de geração de energia elétrica, emissão de dióxido de carbono e de poluição luminosa? Será que apenas as luzes artificiais em abundância podem fazer com que a decoração de fim de ano fique encantadora? Não poderiam as luzes das nossas festas serem aquelas provenientes das estrelas, que seriam observadas se a iluminação artificial fosse utilizada com racionalidade?
No vídeo abaixo, Miguel Román explica mais sobre o projeto.
Fonte:
A partir destes dados, os cientistas verificaram o aumento de iluminação relacionado às festas de final de ano e, no Oriente Médio, ao mês do Ramadã. Miguel Román, físico do Goddard envolvido na pesquisa, lembra que as mudanças de comportamento durante as épocas festivas refletem alterações na demanda por fornecimento de energia e que entender as mudanças sazonais do uso da iluminação artificial colabora para monitorar as emissões de dióxido de carbono localmente.
As imagens abaixo, disponibilizadas pelo NASA Earth's Observatory, ilustram o impacto da decoração de Natal em algumas cidades dos EUA através de uma escala de cores. As áreas verdes sofreram aumento de iluminação, aquelas em amarelo mantiveram o mesmo nível e, em vermelho, estariam os locais onde a iluminação diminuiu. Os subúrbios, onde as casas americanas possuem grandes quintais, registram maior aumento de poluição luminosa durante essa época. Áreas em vermelho são quase inexistentes... Nos subúrbios, o aumento de iluminação registrado é entre 30 a 50%, enquanto que, nos grandes centros urbanos, o aumento é de 20 a 30%.
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Alteração na iluminação e, portanto, na poluição luminosa gerada por algumas cidades dos EUA com as festas de fim de ano (créditos: NASA Earth's Observatory). A iluminação tende a aumentar nos subúrbios, onde as casas possuem grandes quintais, cuja decoração natalina é uma tradição que, segundo a monitoria, independe da situação econômica do país. |
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Alteração da iluminação em alguns locais do Oriente Médio durante o Ramadã. (créditos: NASA Earth's Observatory). |
Os pesquisadores esperam correlacionar os padrões sazonais de iluminação com as medições de taxas de emissão de carbono e utilizá-los para estimar o consumo de energia no futuro. É claro que podemos ser mais críticos em relação ao uso da luz artificial e alterar positivamente o comportamento que tem sido observado, principalmente durante as festas de fim de ano segundo o calendário cristão. Será que o prazer momentâneo de observar as luzinhas coloridas de Natal vale os impactos ambientais do aumento de geração de energia elétrica, emissão de dióxido de carbono e de poluição luminosa? Será que apenas as luzes artificiais em abundância podem fazer com que a decoração de fim de ano fique encantadora? Não poderiam as luzes das nossas festas serem aquelas provenientes das estrelas, que seriam observadas se a iluminação artificial fosse utilizada com racionalidade?
No vídeo abaixo, Miguel Román explica mais sobre o projeto.
Fonte:
- NASA Can See Your Holiday Lights From Space, Smithsonian magazine (no Twitter, @SmithsonianMag).
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